No dia 21 de junho, Marcelo Crivella enviou à Câmara de Vereadores o projeto para mudar a cobrança de IPTU
e queria aprová-lo sem discussão com a sociedade. Conseguimos segurar a votação por uns meses porém,
infelizmente, o projeto acabou aprovado pelos parlamentares. Saiba o que rolou nessa mobilização!



Tentando aumentar a arrecadação municipal, o prefeito Marcelo Crivella enviou à Câmara de Vereadores, no dia 21 de junho, um projeto de lei que revisava (e aumentava, na maioria dos casos) o IPTU dos cariocas.

As mudanças na cobrança do imposto eram muito grandes para serem aprovadas na rapidez que o prefeito queria. Em alguns casos, o aumento chegava a 67%!

Para isso, Crivella articulou com sua base na Câmara uma tramitação a jato da proposta: queria que as 9 comissões temáticas (Justiça e Redação, Orçamento, etc) dessem um parecer conjunto para votar o projeto antes do recesso.

Pelas regras da Câmara, cada comissão teria até 14 dias para analisar a proposta, o que jogaria a votação para agosto. Mas, caso a manobra fosse realizada, o projeto do IPTU já poderia ser votado na semana seguinte.
O Meu Rio entrou rapidamente em ação e nossos membros enviaram mais de cinco e-mails a todos os vereadores membros das comissões.
No dia da reunião, o vereador Paulo Pinheiro (PSOL) surpreendeu o governo com um pedido de vistas, atrasando a votação em 10 dias. Logo depois, no dia 25 de junho, o vereador Chiquinho Brazão (PMDB) também pediu vistas ao projeto, impedindo a votação a jato, como Crivella queria.

PRINCIPAIS NÚMEROS

1,1 milhão
Imóveis cadastrados isentos de cobrança (as favelas ficam de fora)

800 mil
Imóveis cadastrados pagando IPTU

700 milhões
Previsão de aumento da arrecadação com o novo IPTU e com o ITBI*
*Imposto de Transmissão de Bens Imóveis

9 comissões
Por onde o projeto deveria passar antes de ser votado

2 pedidos de vista
Feito pelos vereadores Paulo Pinheiro (PSOL) e Chiquinho Brazão (PMDB), impedindo a votação antes do recesso parlamentar.
1ª Votação do projeto

No dia 22 de agosto, o aumento do IPTU foi aprovado em primeira discussão por 32 votos a 18. Após reiterados pedidos de uma audiência pública feitos por nós do Meu Rio e alguns parlamentares, o líder do governo, Paulo Messina (PROS) aceitou realizar o encontro, que ficou marcado para o dia 28, segunda-feira.

Mais de 300 pessoas, representando associações de moradores, comerciantes, empresários, etc, lotaram o Plenário e as galerias da Câmara, repudiando a forma como o projeto estava sendo discutido e o tamanho do reajuste. Na visão dos presentes, o governo deveria primeiro aumentar a base de arrecadação antes de reajustar o IPTU de quem já paga.

Essa também foi a nossa crítica. No dia 2 de setembro, publicamos um artigo no jornal O Globo, em parceria com a ex-vereadora Andrea Gouvêa Vieira, mostrando todos os pontos problemáticos do projeto.

22 de agosto
Projeto aprovado por 32 votos a 18

28 de agosto
Realização de uma audiência pública (feita a nosso pedido e de alguns parlamentares)

300 pessoas
Lotaram a Câmara para protestar contra a forma como o projeto estava sendo discutido, deixando muitos imóveis de fora da cobrança.

2 de setembro
Artigo do Meu Rio, escrito em parceria com a ex-vereadora Andrea Gouvêa Vieira, é publicado no Globo. Nele, apontamos todos os problemas do projeto que o prefeito queria aprovar.



2ª e última votação do projeto

5 de setembro
Projeto é aprovado em última discussão por 31 votos a 18

102
Emendas ao projeto apresentadas

25 emendas aprovadas
A maioria para beneficiar redutos eleitorais dos vereadores, deixando de fora da cobrança milhares de imóveis e terrenos.

830 mil imóveis
Era o que o governo esperava que começasse a pagar IPTU em 2018

270 mil imóveis
Com as emendas, esse foi o número estimado de imóveis que vão passar a pagar IPTU em 2018.

No dia 11 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio suspendeu o aumento do IPTU do Rio. Enquanto a briga judicial continua, não há aumento do imposto. Leia mais


QUEM FICOU ISENTO?


COMO CALCULO MEU IPTU?





Fontes:
Uol e G1
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O Meu Rio acredita que uma decisão que afeta a vida de milhões de cidadãos cariocas não poderia ter sido feita a toque de caixa, sem consulta e participação popular. A planta genérica de valores (base para o cálculo do IPTU), desatualizada desde 1997 precisava ser revista, mas não da forma e na velocidade que o prefeito Marcelo Crivella queria. Infelizmente, o aumento IPTU acabou sendo aprovado, mantendo-se as distorções.